07 janeiro 2012

A influência literária de John Bunyan

Escritor por B. Batson

John Bunyan (1628-1688) caldeireiro, pregador e escritor nasceu em Elstow, próximo de Bedford. Apesar de sua educação oficial ser escassa, possuía uma mente inquiridora e uma imaginação aguda. Durante os primeiros anos da década de 1650 padeceu de várias crises espirituais que mais tarde descreveria graficamente num dos clássicos da autobiografia dos puritanos, Grace Abounding for the Chied of Sinners (1666). Autor de mais de sessenta livros, Bunyan publicou em 1678 sua famosa alegoria O Peregrino, que durante gerações foi o livro, além da Bíblia, que mais se venera nos lares britânicos, e que ganhou um lugar único dentro da história literária inglesa. A alegoria também canalizou o espírito puritano para a corrente principal da tradição inglesa.

No campo da teologia, Bunyan respaldava essencialmente a tradição calvinista, mas também esteve em dívida com algumas ideias expressas nos escritos de Martinho Lutero, assim como com outras correntes precedentes da tradição separatista. Tem-se classificado Bunyan como um “batista particular da comunhão aberta”; ou seja, ele pensava que Cristo morreu somente pelos eleitos. Na linha de um dos grupos da tradição separatista, manteve uma mente aberta frente às diferentes formas de batismo e, estava disposto a admitir na membresia da igreja aquelas pessoas que se firmavam somente na confissão de fé (daí a sua qualificação de “comunhão aberta”). Bunyan afirmou numa clara exposição de sua teologia em The Doctrine of the Law and Grace Unfolded (1659).

Os seus trabalhos de prosa se centraram, sobretudo, na teologia, a doutrina, o governo da igreja e a adoração, mas manifestou também interesse pelas implicações do ensino bíblico para a vida espiritual. O livro Christian Behaviour (1663) que pertence a um grupo numeroso de manuais de conduta muito populares no século XVII, enfatizava a necessidade de que as famílias fossem sólidas, assim como o papel dos pais e sua relação com todos os membros da família, incluindo os empregados. Também defendia um ponto de vista sobre a economia que atacava a ideia de proveito próprio como objetivo principal.

Em outro livro The Life and Death of Mr Badman (1680) Bunyan expõe mais detalhadamente o que pensava de questões éticas. Sem debater os temas mais complexos, acentuava vários problemas: maltrato das mulheres, promiscuidade sexual, fraude nos projetos empresariais, moral baseada na cultura como estilo de vida, avareza, extorsão, parcialidade na distribuição dos bens, hipocrisia e compromisso, e os livros que “incendeiam a lascívia carnal”. Para Bunyan a origem de toda mudança social positiva radica na vida de santidade baseada numa sã teologia.

Traduzido por Rev. Ewerton B. Tokashiki
Extraído de David J. Atkinson & David H. Field, eds., Ética Cristiana & Teología Pastoral (Barcelona, CLIE, 2004), pp. 285-286.

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