30 setembro 2006

SALMO 72 – o Salmo do bom governante

Em todas as esferas da vida, nas quais Deus nos coloca como regentes da criação, há critérios e princípios bem definidos pela sua Palavra. Que grande bem é para todos um homem de caráter impoluto, em tudo que faz ! É isso que a nação está precisando ver em seus governantes: bom caráter e governo justo. O Salmo 72 é essa diretriz segura, que leva um homem e uma mulher responderem bem ao seu chamado para governar. A igreja deve investir no caráter, lealdade e senso de justiça de seus membros, para formar uma liderança, em todas os segmentos da vida, mais justa e comprometida com a ética cristã.

Martinho Lutero escreveu: “se para edificar cidades, fortalezas, monumentos, arsenais, se gasta uma moeda de ouro, será preciso gastar cem para instruir bem um só jovem, para que, feito homem, possa guiar os outros no caminho da honestidade. Na verdade, o homem bom e sábio é a relíquia preciosa do Estado, pois nele há mais do que nos esplêndidos palácios, do que nas montanhas de ouro e prata, do que nas portas de bronze e nas fechaduras de ferro”. É isso que a igreja tem que investir em formar: “um homem bom e sábio”, pois este é “relíquia preciosa do Estado”. Segue algumas instruções que o Salmo 72 trás para um bom governante.

Entendemos que o Salmo ultrapassa o reinado humano, e se refere também ao reinado Messiânico. Mas é a um governo humano, no primeiro momento, que o salmista está se referindo e lançando os critérios divinos de atuação deste governo. O Salmo faz uma exortação inicial de que devemos orar pelos nossos governantes (v.1). A partir daí, ele lança os critérios divinos para o governo:

1. Deve haver justiça em seu governo – Julgue ele com justiça o teu povo e os teus aflitos, com equidade (v.2). Resultado, quando a justiça é exercida, a paz se faz presente (v.3);

2. Um governo justo dá lugar ao justo – Floresça em seus dias o justo, e haja abundância de paz (v.7). Quem tem voz em um governo justo, não são os bandidos e corruptos, que chegam a dominar e fazer parar uma cidade, até mesmo quando estão atrás das “grades”. A voz é dos justos, que se levantam sem medo para opinar e influenciar a sociedade;

3. Deve haver comida para todos – Haja na terra abundância de cereais (v.16). Há uma diferença entre pobreza e miséria. Podemos aceitar que haja pobres em nossa terra, mas não miseráveis, que morrem a mingua sem quem os ajude;

4. Seu governo se volta para os pobres e necessitados – Julgue ele os aflitos do povo, salve os filhos dos necessitados e esmague o opressor (v. 4, cf. vv. 12-14). Os ricos e abastados têm como se protegerem. Os pobres e necessitados, não. São eles que os governantes devem olhar e acudir;

5. Resultados de um governo justo: 1) Há oração de louvor a Deus por eles - ...continuamente se fará por ele oração, e o bendirão todos os dias (v. 15). Paulo diz que devemos usar de súplicas e orações por nossos governantes (1Tm. 2.1,2). Mas o Salmo não fala de uma oração de súplica, socorro, mas de louvor. Todos os crentes, creio eu, tem o desejo de orar pelos seus governantes, orações de louvor, não de lamento; 2) Há o reconhecimento de outras nações que o povo está sendo abençoado pelo bom governo - ...nele sejam abençoados todos os homens, e as nações lhe chamem bem aventurado (v. 17). Todos ganham com um governo bom e justo. Mas com um governo mau e injusto, só ganham os corruptos e corruptores.

Este é o salmo do bom governante. Deus o estabeleceu para que homens e mulheres comprometidos de fato e de verdade com o evangelho de Jesus, moldem sua liderança na justiça e retidão, que procedem do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Rev. Baltazar Lopes Fernandes
Pastor da Igreja Presbiteriana de Pimenta Bueno

Um comentário:

Unknown disse...

Li seu texto e achei interessante. Concordo que a Palavra instrui o governante. Escrevi recentemente sobre governo e autoridade na perspectiva de "povo". http://www.nandamendonca.com.br/blog/governantes-autoridades-e-a-b%C3%ADblia